I Semana
Pregação baseada nos parágrafos 1776 a 1802 do Catecismo da Igreja Católica
A Consciência moral
“Se tivesse de brindar pela religião, o que é altamente improvável, fá-lo-ia pelo Papa. Mas em primeiro lugar pela consciência. Só depois o faria pelo Papa” (Frase acerca da consciência na carta que o Cardeal Newman dirigiu ao duque de Norfolk – Letter to Norfolk, pág. 261)
Pontos fundamentais:
A CONSCIÊNCIA E A VERDADE
1. “Na intimidade da consciência, o homem descobre uma lei. Ele não a dá a si mesmo. Mas a ela deve obedecer. Chamando-o sempre a amar e fazer o bem e a evitar o mal, no momento oportuno a voz desta lei ressoa no íntimo de seu coração... É uma lei inscrita por Deus no coração do homem. A consciência é o núcleo secretíssimo e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus e onde ressoa sua voz. "
O JUÍZO DA CONSCIÊNCIA
1. Presente no coração da pessoa, a consciência moral lhe impõe, no momento oportuno, fazer o bem e evitar o mal. Por esta razão, o homem é capaz de julgar as escolhas concretas, aprovando as boas e renunciando as más.
2. É a consciência que atesta a autoridade da verdade referente ao Bem supremo, de quem a pessoa humana recebe a atração e acolhe os mandamentos. Quando escuta a consciência moral, o homem prudente pode ouvir a Deus, que fala.
3. Em tudo o que diz e faz, o homem é obrigado a seguir fielmente o que sabe ser justo e correto. E pelo julgamento de sua consciência que o homem percebe e reconhece as prescrições da lei divina: A consciência é uma lei de nosso espírito que ultrapassa nosso espírito, nos faz imposições, significa responsabilidade e dever, temor e esperança... E a mensageira daquele que, no mundo da natureza bem como no mundo da graça, nos fala através de um véu, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo.
4. O homem precisa estar sempre no seu interior para ouvir e seguir a voz de sua consciência. Este diálogo consigo mesmo é de fundamental importância, porque na verdade este é o diálogo do homem com Deus. Esta exigência de interioridade é muito necessária, pelo fato de a vida nos deixar freqüentemente em situações que nos afastam da verdade: Volta à tua consciência, interroga-a... Voltai, irmãos, ao interior e em tudo o que fizerdes atentai para a testemunha, Deus.
5. “A consciência — escreve S. Boaventura — é como o arauto de Deus e o seu mensageiro, e o que diz não o ordena de si própria mas como proveniente de Deus, à semelhança de um arauto quando proclama o édito do rei. E disto deriva o fato de a consciência ter a força de obrigar”.103
6. A consciência, de certo modo, põe o homem diante da lei de Deus, da vontade de Deus, dos mandamentos divinos e desta forma ela própria se torna “testemunha” para o homem da sua fidelidade ou infidelidade em relação ao que é bom, ou seja, da sua essencial retidão ou maldade moral. mas conjuntamente, e antes mesmo, é testemunho do próprio Deus, cuja voz e juízo penetram no íntimo do homem até às raízes da sua alma, chamando-o à obediência: «A consciência moral não encerra o homem dentro de uma solidão intransponível e impenetrável, mas abre-o à chamada, à voz de Deus. Nisto, e em nada mais, se encontra todo o mistério e dignidade da consciência moral: em ser o lugar, o espaço santo no qual Deus fala ao homem».104
7. A consciência além de ser testemunha ela cumpre sua função através de pensamentos que acusam ou defendem o homem em relação aos seus comportamentos (cf. Rm 2,15). O Juízo moral sobre o homem e sobre seus atos é um juízo de absolvição ou de condenação segundo os atos humanos são ou não conformes com a lei de Deus inscrita no coração. E é precisamente acerca do julgamento dos atos e, simultaneamente, do seu autor e do momento da sua definitiva atuação que fala o Apóstolo, no mesmo texto: «Como se verá no dia em que Deus julgar, por Jesus Cristo, as ações secretas dos homens, segundo o meu Evangelho» (Rm 2, 16).
8. A consciência é a única testemunha do que acontece na intimidade da pessoa. Porque o que está na intimidade fica velado aos olhos de quem vê de fora. Ela revela o seu testemunho somente à própria pessoa. E, por sua vez, só esta conhece a própria resposta à voz da consciência.
9. A dignidade da pessoa humana implica e exige a retidão da consciência moral. Isto se deve ao fato de que quando o homem deixa de usar a sua razão fere a sua dignidade.
10. A consciência moral consegue perceber os princípios da moralidade e sua vivência em circunstâncias determinadas, graças a um discernimento prático das razões e dos bens, como também faz um julgamento sobre os atos concretos que vai praticar ou que já foram praticados. “O que a lei ordena está escrito nos seus corações”(Rm 2, 15)
11. A lei da razão conhece a verdade sobre o bem moral e esta verdade é reconhecida de forma prática e concreta pelo juízo prudente da consciência. Chamamos de prudente o homem que faz suas opções de acordo com este juízo.
12. A consciência permite que o homem assuma a responsabilidade dos atos que praticou. Quando este o homem comete o mal, o julgamento justo da consciência pode continuar nele como testemunho da verdade universal do bem e ao mesmo tempo da maldade de sua escolha singular.
13. Assim a sentença dada pelo juízo da consciência continua sendo um penhor de esperança e misericórdia. Que no caso, de o homem praticar o mal, este juízo da consciência atesta para ele a falta cometida lembrando-o da necessidade de pedir perdão, de praticar novamente o bem e de cultivar sem cessar a virtude com a graça de Deus.
14. É diante do juízo da consciência, da capacidade de julgar se um ato é bom ou mau que o homem poderá tranqüilizar seu coração, se o seu coração o acusa, porque Deus é maior que nosso coração e conhece todas as coisas (1 Jo 3,19-20).
15. O homem tem o direito de agir com consciência e liberdade, a fim de tomar pessoalmente as decisões morais. "O homem não pode ser forçado a agir contra a própria consciência. Mas também não há de ser impedido de proceder segundo a consciência, sobretudo em matéria religiosa."
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1. Ler a carta de São Paulo aos Romanos
2. Esplendor da Verdade
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